CLC segue sua trajetória inconstante em 'Where Are You?'


Não é nada complexo analisar a carreira do CLC. Os primeiros 5 singles as colocaram no antro da catástrofe, em um nível que, artisticamente, não pagaria R$00,50 para salvar o grupo - sendo mais abrangente, pagaria a quantia apenas para manter uma dúzia de empregos. Sou uma boa pessoa - às vezes.

Hobgoblin foi, destarte, inacreditável vindo das meninas. Pós-morte do 4Minute, abraçaram seu conceito e encorporaram de modo que em nada deveram para as veteranas, justo em sua melhor fase da carreira, em Crazy. Ao contrário das tias, elas teriam a possibilidade de já terem um produto para reutilizar, sem rivalidades fortes, e não ter de explorar diferentes tons até achar seu nicho. Pegariam os órfãos. 

Mas isto em teoria. Pois, tão inacreditável quanto a chegada de Hobgoblin, é que a Cube tenha decidido abortar sua única chance de salvar quem já parecia fadado ao fracasso. E é o que aconteceu.


Primeiramente, já desiludido quanto a destituição de nosso Drácula nacional, fica claro que seria injusto relegar 'Where Are You?' no mesmo nível do que tivemos entre Pepe e No Oh Oh. Aqui há uma ideia por trás da realização, não apenas um derivativo de mármore paraguaio, destes onde não há identidade ou qualquer fator tendente virtuoso.

WAY? é mais uma tentativa vintage de emular os 80s, que poderia ser uma b-side esquecível do Reboot, perdoável nestas condições. Não como um single após alavancar tantos elogios e vendas razoáveis no agressive girlpower. Não que elas devam se prender a algo, mas mudar tão de repente? É o mesmo que disse sobre o Gfriend: quando encontrar a fórmula do sucesso, a utilize até ter confiança de que possui uma base sólida de apoiadores para quando for diversificar. O CLC, até aqui, permuta entre gêneros sem optar por um ou outro, sem estabelecer seguidores ou uma imagem própria. São ninguém, basicamente. 

Para não parecer um velho ranzinza, vale repetir que WAY? não é um desastre. É uma nota 6 ou 6,5. O refrão, após alguns replays, apresenta um grude mínimo, e a instrumentação clássica é um diferencial entre os sintetizadores retrôs. Mas ainda muito pouco.

Fica o alento de que alguém ainda sabe produzir música boa para elas. Falta o tato na escolha da title.


Começo trôpego de Agosto. Que as Soshis nos salvem. 

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