E as supostas mensagens implícitas que
Mina e
Yuna postaram através de letras musicais pelo Insta, não servem de parâmetro. Deem uma olhada nos perfis de ambas e verão como é hábito. Mina, inclusive, deletou a foto, assim como várias outras. Talvez para evitar mais enganos, talvez por mando da empresa. Novamente fica aberta uma visão conspiratória. E novamente, não podemos afirmar nada com certeza.
Primeiro, antes de sairmos por aí enlouquecidos com o tal do disband e mandando o link para trocendos grupos, o que eu já presenciei e causa, consequentemente, uma reação em cadeia em polvorosa e desvirtuada, devemos nos perguntas: faria sentido para ChoA deixar o AOA?!
Parte disto apenas os internos saberão. Como é a real ChoA, não a que vemos pela TV? Qual sua relação com as outras meninas por trás das câmeras? Ela está satisfeita em sua carreira Idol? Ainda está disposta a todos os sacrifícios impostos pelo papel de mocinha comportada?!
Isso cria um empecilho. No resta analisar comercialmente. O AOA já não pode mais ser visto como um grupo Top das paradas (vide Girl's Day e EXID). Após dois anos de imenso sucesso, Good Luck teve uma queda nas vendagens, o que foi ainda mais acentuada com Excuse Me e Bing Bing. Mas apesar dos números serem inferiores, não são desastrosos. Juntos, somam quase 600 mil (500 para EM e 90 para BB, esse sim um flop). E o Angel's Knock, como álbum, teve mais de 30k cópias vendidas. Não é um número páreo para Red Velvet e Twice, mercadologicamente atos que podem ser considerados de primeiro escalão hoje em dia, mas nada que configure um disband por insuficiência.
O 4Minute, por exemplo, teve seu adeus após Hate vender cerca de 270k unidades e o Act.7 menos de 10k. Grupos como Berry Good, Dal Shabet e Lovelyz sobrevivem com muito menos.
Em números grossos, apenas Twice, Red Velvet, SNSD, Gfriend e BlackPink podem ser considerados, hoje, garantias maiores de retorno. Todos produtos da Big 3 mais uma invasora de fenômeno inexplicável - ou talvez não, visto que após abandonar o conceito puritano-fetiche, tenham amargado o maior ocaso monetário. Fingertip, por exemplo, vendeu menos que Excuse Me, mas o EP, em contrapeso, compensa isto em suas mais de 60k cópias comercializadas).
Eu acho que o AOA não mais recupera a imagem de Midas adquirida em 2014 e 2015. Mas ainda são resultados distantes para originar um fim.
Se ChoA pediu descanso, a resposta mais plausível e óbvia para qualquer um que se dê ao trabalho de realizar uma pequena pesquisa, é simples: cansaço.
Mas cansada do quê? Explico: em Abril de 2016, o AOA deu segmento à sua promoção japonesa, iniciada em Outubro, com Oh Boy! e o LP Ace of Angels. Rolou até concerto da FNC, além das apresentações apenas das meninas. Mal voltaram ao lar, e em Maio tiveram de se submeter ao exaustivo programa coreano, para divulgar Good Luck.
No breve período antecedente a Good Luck, as meninas sofreram seu primeiro revés aos olhos do público, quando Jimin e Seolhyun não reconheceram de imediato algum figurão histórico por lá. Como hiperbólicos que são os korebas, isso afetou bastante sua reputação. Com o plus do sutiã de Jimin no MV, elas promoveram o single durante míseras duas semanas.
Após o curto salutar de conceito, em Novembro, novamente no Japão, teve começo o trabalho para seu primeiro LP nipônico,
Runway, com o PV de WOW! War Tonight, que as rendeu um fortuito êxito secundário no apocalíptico mercado fonográfico dos amantes de Godzilla.
Inspirados nisto e confiantes que os Korebas, já haviam esquecido episódios passados, a FNC, amalucadamente, programou um novo comeback, dessa vez com direito a seu primeiro LP na terra natal, o Angel's Knock, lançado dia 2 de Novembro, de onde tivemos Excuse Me e Bing Bing, que além das menores vendas, sofreram com pesadas críticas dos impiedosos da Web.
Aí você se pergunta: "Mas é normal na carreira de um Idol este excesso de trabalho, e algumas gurias ainda tiveram a unit do AOA. Não serve de desculpa para as ações de ChoA".
Primeiramente, por mais que seja de conhecimento público a carga excessiva de Idols, 5 MVs e promoções em diferentes países são exagerados até para o sistema que conhecemos. É demais. E no meio disto, tem-se aparições buzz-builders em variados realitys e os Music Banks da vida. É muita coisa. E também não se pode generalizar a resposta individual a esforços.
Isto certamente deve ter desempenhado um papel na decisão dela. Pode não ser tudo. Imagino que não seja. A fadiga e o excesso de pessimismo talvez a tenham feito refletir sobre o futuro, se vale a pena sacrificar tanto, relacionamentos, família e uma vida regular, afinal, por tudo isso.
O fato é que não sabemos. Não temos como, mesmo que as traduções fossem unanimemente idênticas. O que devidamente está errado e deve ser evitado é o sensacionalismo vago que muitos têm provocado. Foi exatamente isso, vejam só, que ocasionou o mais sombrio intervalo da carreira do AOA, ano passado. Pode ser que ela saia, mas estes não são indícios irrefutáveis para tal.
Mudam as escalas e as porquês. Mas o comportamento continua cíclico. Não caiam nessa.