DreamCatcher evolui e ganha mais força em sua jornada de purificação e conversão às trevas.


Enrolei um pouco no lançamento do post para não sobrecarregar muitas músicas, pois dia 5 estava viciado nos singles de Taeyeon e Winner, então não quis prejudicar nenhuma experiência e tacar o comeback do Dreamcatcher no meio. Elas não merecem. E por mais que estivesse ansioso, vale mais prevalecer a qualidade de quando o play ser pressionado do que a urgência do clique instantâneo.

E, bem, independente dos dias de atraso e do hype diminuto, apenas 10 segundos de Good Night já são suficientes para revigorarem o sentimento de êxtase que já fora proporcionado em Chase Me. Simplesmente, QUE GRUPO!


Não há nada errado aqui. Nenhuma crítica viável acerca de sua execução e arranjo que valha crucificar o quão primorosa é Good Night. Repete a fórmula de sua predecessora, e isso é o melhor que poderia ter feito. No K-pop, não há nada igual, nem mesmo entre os grupos que arriscaram, recentemente, conceitos atrevidos, como Gfriend e CLC. A veia de metal pauleira é, no momento, propriedade do Dreamcatcher.

Mantido o mesmo bpm acelerado e premente do debut, Good Night me agradou mais pela maturidade em equilibrar o agressivo com a dramaticidade gótica que as integrantes parecem ter assimilado perfeitamente, como se houvesse uma tragicidade por trás da história, sem ser um rock "raiz" e inveterado, E se a HappyFace provavelmente não está satisfeita com a vendagem, ao menos ainda se esforçaram plenamente para construir a atmosfera trevosa ao vídeo, tanto na mise-en-scène quanto nos trabalhos de direção e montagem. Os cortes são abruptos e velozes, e a câmera é ininterrupta e inquietante, tremendo e balançando para todos os lados, principalmente quando o ritmo erige em loucura. Tudo isso contribui para o sucesso artístico que é Good Night.

Agora, se me perguntarem do MV, tudo se complica. Entre teorias de prelúdio e continuação, fico com a segunda. Mas há espaço para discutirmos ambas. Primeiro, que o quarto azul onde o ator é inicialmente filmado, já havia aparecido em Chase Me, o primeiro móvel que ele adentra no hotel inspirado em O Iluminado. Aqui, com nova decoração, o sujeito parece estabelecido no local. Pelo corte "queimado" mostrado após o começo do vídeo, que mostra-o a machadar a porta, como terminara Chase Me, imaginei que fosse um transporte ao passado, mas não faz muito sentido justamente por aqui ele se mostrar tão acomodado num local onde claramente entra pela primeira vez em Chase Me.
O papel de parede florido do quarto arrombado é diferente do azul original. A não ser que ele tenha modificado tudo, o que implicaria em tempos distintos em cada MV.
Então, imagino que a edição seja mais estética do que semiótica. Imagino, não afirmo. E quanto ao livro, provavelmente fora encontrado no quarto das flores, qual ele arrebenta. Só que também me pergunto sobre as meninas. Em Chase Me, elas pareciam assombrações, enquanto aqui sua vivacidade é nítida. Pensei, imediatamente, que no ínterim entre o fim de Good Night e da continuação, ocorre alguma fatalidade com elas, e logo, em Chase Me, estariam fisicamente perecidas. Novamente, perde o sentido visto que a trama completa toda não se encerraria com ele dilacerando a porta nem preso no espelho. A noção de continuidade quebra esta teoria. Tem de haver continuação aqui, portanto, Chase Me tem de ser prévio a Good Night, a não ser que venha a ter um quarto MV, o que não parece provável. 

E é igualmente certo que Good Night não findará uma história, pois a queda do livro, ao final, é uma deixa para o que virá a seguir. Seria despropositado criar a cena sem intenções maiores. Ou o grupo dá disband, ou teremos uma nova visita à diegese criada para estes clipes. 

Li também alguns alegando que Gahyeon (a garota que é mostrada caindo no vazio) supostamente morreu. Não procede, pois na cena final são mostradas 7 integrantes na floresta. O livro parece mais um esquema de aprisionamento do que assassínio.
Vai lá, minha filha. Se descabela com vontade.
Independente do caminho que isso levará, entretanto, foi ótimo rever as gurias em tão pouco tempo com tamanha virtude. Infelizmente, isso só se deu por questões infrutíferas: ineficiência influencial da empresa para as colocar na mídia e preencher agendas, e também insucesso do debut para chamar atenção de figuras ligadas ao entretenimento. Que desta vez, seja diferente.

Isso elas merecem. E muito.

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