KARD debuta fiel a si mesmo e me faz acreditar no poder da amizade.


Seguindo a tendência da escola CLezística no plano de carreira, o KARD, após 8 meses de existência, 3 singles que juntos formam uma música só em 3 atos levemente distintos e uma tour internacional que fez o Brasil perder ainda mais moral com a comunidade, a ponto de ser taxado como PAÍS NUGU por algum netizen aleatório, finalmente resolveu chamar de Debut um release seu.

O resultado não ganhou um MV desfilante em nuvens nem apropriação cultural. E você pode conferir abaixo:


Hola Hola é, como podem ver, o quarto ato da orquestra KARD. Em suas particularidades, se coloca como segunda opção em minha preferência. Apesar de inicialmente criticada, Don't Recall está hoje sólida no topo, enquanto Oh Na Na não passa de um delírio de Dezembro, e a faixa da LG nem o nome lembro, sendo mais divertido mencionar isto aqui do que pesquisar.

Sendo eu eu mesmo, não vejo teasers, o que não era necessário para saber do que algo chamado Hola Hola será - assim como uma música que contenha Hell em seu título será um Rock, tudo encaixado nas normas sociais, portanto. Logo, a expectativa era level KARD: quase nula. O ideal de sempre. Recomendo.

O fato é, como já disse aqui, que minha saturação com o Tropical já foi tão abusada que o efeito contrário me fez desenjoar de si, e passei a apreciar novamente as canções, desde que Sean Kingston não esteja nelas. Felizmente ele não está aqui, sendo os asiáticos mais que suficientes para produzir algo do gênero.

E mesmo que eu prefira Don't Recall, confesso que Hola Hola, além do nome, é quem melhor incorpora o Tropical como propriedade, com locações mais próprias, descartando o visual dark e clubber anterior. E o que melhor se sobressai, de modo inédito, é a dinâmica de grupo. Pela primeira vez, eu acredito que eles sejam realmente próximos, e não apenas forçados contratualmente a contracenarem em sorrisos falsos. Os sorrisos podem ser falsos, é claro, mas não é o que parece, e isso que importa como produto. Mesclá-los em aparentes duplas funciona, e é incrível como não rola nenhum sex-appeal, e sim uma vibe colegas de faculdade ou filhos de pais ricos que se dão bem. Parece bobagem, mas funciona melhor para abraçarmos a ideia geral do que é o KARD e seu conceito co-ed. 

O vídeo, neste caso, é ainda mais importante, pois a faixa carece de impacto. De vertente e idealização mais minimalista que suas predecessoras, funciona melhor nos vocais, principalmente no timbre aveludado Somin, mas pouco no fraco drop, o que normalmente deveria ser um êxtase quando o House está envolvido, elemento melhor trabalho em Don't Recall. Não acaba com a aprovação do som, mas torna a experiência mais frustrante do que deveria.

Que os brasileiros já os abraçaram como ninguém, não é novidade. O problema reside nos coreanos. Até quando pode ir sua carreira com os resultados mornos de agora? Vemos por aí atos de piores resultados e alguns anos na ativa, mas aí o investimento tende a decrescer. É bastante responsabilidade, galerinha. Não sou fã, mas torço para que dê certo e tenham maior sensibilidade na próxima escolha da ~celebridade~ que fará promoção dos artistas em nossas terras, caso voltem. Até agora, um grupo foi recebido pelo Felipe Neto e o outro, por um senhor desatualizado e com boas intenções, mas sem noção e de mente retrógrada que nos fez passar vergonha. Da próxima vez será o quê? O Danilo Gentilli ou o Nando Moura? Com'on!
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