Em Paradise, S.E.S nos leva a uma viagem no tempo de volta aos 90s.


Nessa onda nostálgica de reviver grupos que marcaram o K-pop entre o fim dos anos 90 e o início dos 2000, a SM obviamente quis tirar seu pedaço, e para isso juntou o trio dourado do S.E.S, girlgroup que dominou o cenário entre 1997 e 2003, junto ao Fidn.K.L. As três, que até hoje detêm o recorde de maior quantidade de álbuns vendidos na Coreia, com 4.55 milhões, são bem vistas e queridas, além de continuarem no mundo do entretenimento, o que facilitou a ideia da SM.

É claro que o grande intuito seria arrecadar dinheiro de nossos corações saudosistas, mas se bem feitinho, seria uma grande homenagem a elas, um presente aos fãs e uma aula, um descobrimento para gerações atuais que desconhecem os primórdios do que escutams hoje em dia.

Eu tinha alguma expectativa, apesar de sempre preferir suas rivais do Fin.K.L, mas este retorno não estava de acordo com o que eu esperava. Nem atribuo isto ao que esperava, e sim como a empresa estava abordando a imagem do ato. 

Dia 28/11, em homenagem ao debut, lançaram um remake de Love (que ganhou MV pelo Station). Ok. Atitude bonita para uma data especial. E como já haviam anunciado um álbum com novas faixas, ao contrário do YG que deu ao Sechskies apenas novas versões de antigos sons. Eu gostaria de experiências inéditas, mas que mantivessem o estilo consolidado por elas. 

O negócio era aguardar o double A-Side previsto pro início de Janeiro. 

Bem, novamente decepção no primeiro Release, pois Remember nada mais é que essas baladinhas agridoces que saem aos montes por aí. Parece bem algo do pior lado do Apink ou de solistas tipo o Kyuhyun. É uma ótima forma de se auto-sabotar, afinal, fazer tanto buzz para a volta das agora rainhas e sair com uma canção melosa e água com açúcar sem nenhuma característica memorável não é a melhor forma de instigar o público.

Felizmente, antes de atingirmos o fundo do poço, uma corda foi jogada para nos levar direto ao céu:



Prazer, meus queridos leitores juvenis, isso é anos 90. Isso é o que eu queria. Isso deve ser exatamente o que trintões e quarentões que staneavam elas ansiavam. Não é uma faixa que evoca ou mimetiza tempos passados. É o próprio regresso. É, devidamente, uma viagem temporal para períodos onde muitos de vocês ainda inexistiam (e eu era um pirralho sem internet). 

Um New Jack Swing (mesmo gênero de 1 Of 1 e I'll Be There, do Loona) que tira das cinzas o espírito dos noventa, e, mais importante, a essência do S.E.S e que as colocou no topo durante a meia-dúzia de anos em que estiveram ativas. Uma boa diferença se compararmos com o que faz sucesso hoje - Twice, Gfriend, BlackPink, e qual você prefere, é pessoal. Familiarizados com o synthpop retrô do Lovelyz certamente reconhecerão semelhanças no uso de sintetizadores, mas Bada, Eugene e Shoo trazem uma força vocálica única da experiência e talento que a vida as proporcionou. E falando em Eugene, contemplem a beleza da agora moça de 35 anos, considerada por muitos a maior visual do K-pop.
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A graça de vermos atos de décadas passada por aí é justamente esta: relembrarmos ou conhecermos algo novo, porém anoso. Um sucesso de tiro curto baseado no ineditismo que será na modernidade e no sentimento de reminiscências dos mais velhos. Adequar seu estilo a batidas contemporâneas acaba com a maior vantagem que estes nomes trazem, pois eles não terão como competir a longo prazo com rostos juvenis e carismáticos, que sempre irão agradar mais aos novos adeptos do K-pop. 

Enfim, como é bom revisitar épocas que nunca mais retornarão. Nesse inesperado throwback do cenário musical coreano, agora é aguardar se teremos a oportunidade de rever HOT e Fin.K.L renascerem. Enquanto isso, fiquem com alguns antigos clássicos das outrora princesas do K-pop:











Sim, o Be Natural do Red Velvet é uma homenagem a esta. 

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