Em seu último esforço antes do hiato, Big Bang decepciona.


Leiam com atenção o que vou escrever: eu acho que Big Bang tem seu valor em termos artísticos (não confundir com apreço pelos integrantes). Confesso até ser o ato masculino que mais marca presença em minha playlist.

MELDELS COMOASSIM O QUEÉ ISSO O QUE TU FALANO TU TÁ LOCAÇO CARA QUE ISSO CARA O QUE `È ISSO CARA CARA QUE È ISSO CARA COMO ASSIM?
Calmeen. Isso ainda coloca uns 25 grupos à sua frente em minha preferência. O que digo é que, apesar da proporção de releases por qualidade ser negativa, quando acertam costumam sair coisas realmente icônicas, como Haru Haru, Tonight, Lies, Monster, Blue e, mais recentemente, Bae Bae. Todas faixas que provavelmente estariam em um Top 15 meu de ticogroups.

O grande contra é que eles erram duas vezes mais do acertam, e aí, sai de baixo, porque o resultado é algo como Fantastic Baby, We Like 2 Party, Good Boy e, pelo amor de Irene, Bang x3.

Algo semelhante se espelha na discografia individual dos rapazes, mas com uma divisão mais parelha; vemos por lá exemplares fantásticos como Crooked, ROD, Coup D'Etat, Turn It Up, Doom Dada, Gotta Talk To U, What Can I Do, Eye, Nose, Lips, Wedding Dress, mas também Zutter, Ringa Linga, Crayon, I'll be there e por aí vai.

Porém, após 13 meses de seu último MV e 8 foquin anos do último LP, eu fiquei com alguma expectativa pro full MADE. O resultado, infelizmente, passou longe do esperado - e não digo isso por aguardar algo incrível, e sim puramente por avaliação isolada do desserviço consigo mesmo e seus fãs que os caras tiveram com seu novo Double-A.



Como típico destes lançamentos, as faixas formam contrapontos entre si. Neste conceito, a estilização de Fuck It emprega a alcunha de uptempo da história toda; a que deveria nos empolgar, liderar o os  charts e fechar o ano de maneira avassaladora. Entretanto, não, apenas não. Isso é Big Bang no automático. Dos figurinos terríveis aos cabelos de gosto bem duvidoso, falta intensidade e um clímax decente, algo que realmente valha a pena o replay e nos estimule a se mexer, o que eles próprios conseguiram em Tonight.

Nem tudo vai ao lixo, gloriosamente, principalmente no que tange ao rap de TOP que, em contraste ao seu parceiro GD, que basicamente repete as linhas de Jennie em Whistle, soa destacável pela forma como seu vozeirão gutural controla as palavras de forma agressiva, ágil e rimada. Os versos trocados entre este e Daesung (o cara mais subestimado do conjunto), que possui o tom mais melódico e suave entre todos, são os únicos que realmente valem a pena em toda a composição e certamente dariam um belo background para comerciais de carros. Uma pena termos G-Dragon e Taeyang esganiçando antes e depois da dupla supracitada. Não me disponho a aguentar 3 minutos ruins para 1 que se salve.

Já o companheiro downtempo do projeto se dá por Last Dance:



Última dança é o lado emo gótico das trevas e sentimental que o YG tanto ama dar pra seus filhos. Com sua fotografia descolorida, quadros revirados que parecem saídos de um anime da shaft e dramaticidade nos vocais, recheados de melancolia e um clima de despedida, não tem como dizer que se trata de uma canção ruim. Seria uma bela b-side, um bom epílogo para qualquer álbum. Como single, não. Novamente podemos achar algo bem melhor em sua discografia - Haru Haru, If You. E no próprio ano, a YGE tem um exemplo bem melhor de como criar uma balada não monótona - Stay, com sua gaitinha e palmas que caíram muito bem para afastar o termo "genérico". Last Dance, ao contrário, não possui nenhum elemento que nos faça definitivamente largar o que estamos fazendo para aguçar os ouvidos e elogiá-la mentalmente enquanto já planejamos a reouvir em seguida.

Seus quase 5 minutos terminam e...simplesmente acabam. Não transmitem o desejo de replay. No máximo, buscar algo superior em seu catálogo.

Se considerarmos que TOP irá ao exército ano que vem, Last Dance possui toda uma áurea de adeus, algo já negado pelos integrantes. O fato é que BB é, em sua década de existência, o grupo mais rentável no K-pop atual, mesmo com anos de hiato entre seus retornos, algo anacrônico em uma indústria gladiadora em busca de jovialidade e novos rostos. Com TOP fora, as atividades serão suspensas, e quando ele retornar ou mesmo durante seu serviço, outros deverão ingressar em suas incumbências militares. Mesmo que haja alguma reunião neste meio-termo, serão anos de ausência, preenchidos, sem espaço para dúvidas, por solos - espero que deem algum para o Seungri, ao menos.

Não sou VIP, mas como capopeiro, é bem lamentável ter um "adeus" tão mediano quanto este.

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