Quando a hipocrisia e o ódio passam dos limites: Hani e a Cirurgia Plástica.


Ok, meus queridos! Vamos alterar o cronograma e quebrar paradigmas deste que vos escreve. Eu ainda tenho de fazer o post das esnobadas do Top 30, para acalentar rapidamente os fãs da Fany que não aceitam minha insatisfação com seus solos, além de outros zilhões de assuntos que poderia abordar.

Porém, por mais que busque me limitar ao que tange o conteúdo musical do K-pop, após tantos anos convivendo no sistema, após passar e enfrentar tantos acontecimentos absurdos, fatos ultrajantes e o sexismo latente e descabido da mídia, minha paciência cessou. Não há Buda, Nirvana, preguiça ou música clássica que me impeça de comentar o que aconteceu, recentemente, com nossa querida Ahn Hee-yeon, conhecida publicamente como a Hani, do EXID, aquela da fap fancam que viralizou mais que o Zika vírus.

Caso não saiba, a Coreia do Sul é a capital mundial da cirurgia plástica, com cerca de 20 procedimentos a cada 1000 habitantes. Essa obsessão se deve muito pelos padrões de beleza do povo Koreba, que são, majoritariamente, aversos à aparência geral da população. E se esses hábitos perduram na população média, nos padeiros, açougueiros e donas de casa, quem dirá nas celebridades do país, aqueles com exposição constante e que devem preservar e transmitir não apenas atitudes e comportamentos exemplares, como uma aparência excepcional e de acordo com os valores comuns.
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Até certo ponto isso é normal, pois todos nós adoramos, amamos de paixão, gente bonita. De feio basta nós mesmos, não é mesmo?! Baseado nisso, seria normal relevar os meios pelos quais os artistas buscam para atingir a perfeição estética, seja na blefaroplastia, para conseguir a almejada pálpebra dupla, inchar as bochechas, afinar o queixo, whatever.

Mas não, pois - generalizando - os K-netizens, em seu surpreendente poço de hipocrisia, não toleram beleza "artificial". O idol ideal deve ser naturalmente perfeito, ter adquirido, por genética, todas as virtudes que o fazem ser um ser invejável. Branquinha, tímida, com um belo sorriso (entretanto, deve escondê-lo com as mãos, pois exibi-lo seria vulgar), gostosa (contanto não exponha seu couro em demasiado, o que seria atestado de vadia) e de preferência, deve ser virgem. Ao menos fazer o povo acreditar que sim. Alguns desses antiquados e, muitas vezes, machistas princípios têm se extinguido, mas tradições não desaparecem da mesma maneira com que uma carreira pode ir ao lixo caso quebrem este protocolo tácito entre Idol - espectador. Pergunte ao T-ara que elas irão anuir melancolicamente. 

Toda essa introdução gigantesca porque eu não consigo me controlar e fui escrevendo fervorosamente para desabafar. Mas a criação do post se deve, como já dito, ao que ocorreu com a linda da Hani.
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Com toda fama, vem o Hate, e a vocal do Exid sentiu ambos em um curto período de tempo. Houveram os inquestionáveis sucessos artísticos com o Exid, é claro, mas o ódio e inveja alheio não tardaram. Após várias fotos pré-debut e o vídeo de sua audição na JYP terem sido exibidos em um programa Coreano, o esterco em profusão dos ditos knetizens começou. Não vou colar nem reproduzir os comentários aqui, basta clicarem nos links anexados, mas caso seja um pouco experiente no K-pop, já saberá que se tratam de opiniões insensíveis e ofensivas de babacas desocupados sem empatia alguma. São pessoas propensas ao ódio.

Pois bem, após este simples incidente, a confusão não parou mais, tendo se acentuado assustadoramente este ano. As principais alegações são sobre as alterações no osso malar (as maçãs do rosto) e o queixo.

E se tem algo que esse post esclarece, é como a anatomia de sua face se altera de maneira exacerbada conforme Hani executa suas manobras faciais, que são muitas, e caso não tenha a imagem mental disto, basta assistir o Weekly Idol desde que ela tornou-se MC.

O hate chegou a proporções tão alarmantes, que nossa adorada Hani tomou uma atitude que escancara a imbecilidade e incoerência dos recalcados. O artista, por mais glamouroso e eficiente em sua profissão, não é alheio às críticas, e apenas podemos imaginar as dimensões que tanta maldade teve, psicologicamente, nela. O fato é que para buscar saná-los, ela foi a um desses programas de auditório com um raio-x (!) para evidenciar sua autenticidade, confirmada por um doutor presente.

Mas como nem tudo é tão simples, as duvidas persistiram e Hani ainda deve ter muita dor de cabeça sobre o assunto.

Agora vejam essas comparação entre uma Hani adolescente x adulta (2015):

Mas ibagens de nossa jovem reboladora:



Com exceção da blefaroplastia para pálpebra, não há mudanças que denotem que ela tenha ido pra faca, visto que, a foto da direita, na primeira imagem, é proveniente de 2015. Agora peguem este exemplo de Hani em Hot Pink e L.I.E, últimos comebacks de Exid:

E de Whoz That Girl, 2012, debut do Exid:

Ela de fato sempre teve esse rosto mais anguloso com a boca semi-aberta ou aberta, enquanto ele arredonda com a boca fechada, como mostrado na imagem com várias fotinhos, o que confirma a flexibilidade e grandes mutações fórmicas conforme a expressão executada por Hani, algo ressaltado neste outro vídeo pre-debut, com ChoA, do AOA.



Neste vídeo, ela é vista com sua famosa compleição de boca escancarada, e, vejam só, rosto anguloso. Ela obviamente parece diferente do Debut, mas isso se deve a várias questões, desde a incomensurável quantidade de produtos químicos que deve banhar-se diariamente, como os clareadores, maquiagem pesada, filtros, penteados, e, obviamente, e também a mais nítida, a perda de peso e o amadurecimento que separa a Hani de agora da que buscava adentrar no mercado capopeiro. 

Não sou especialista, e o intuito deste post não é desmentir nem averiguar nada, apenas criticar o modo ferrenho como netizens demonstram ódio, descontando frustrações mundanas em figuras públicas. Afinal, qual é a importância disso? Desde 2010, quando troquei Blink 182 por SNSD, basicamente toda Idol é alvo de comentários maldosos sobre cirurgias plásticas, sendo que poucos são realmente óbvios, como as garotas do BEG, e outros apenas suposições, na ânsia de botar tal artista na fogueira.

Alguns, lúcidos, admitem (Minzy). Outros, temendo o preconceito ou simplesmente por estarem sendo honestos, negam, como todas as Soshis, Suzy, e principalmente, Park Bom. 

Vários são os problemas que assolam o k-pop, como o abuso das empresas, o abuso dos fãs, exigências descabidas, o machismo. Porém, clamar a perfeição visual de alguém ao mesmo tempo em que condena os meios por quais tal pessoa atingiu esse nível, é fruto de imaturidade e idiotice. Eu escolho acreditar em Hani, e caso seja mentira, dane-se, afinal, qual seria o pecado envolvido? O corpo é dela pra resolver o que fazer consigo. Além disso, ela é bonita, carismática, gostosa, eficiente vocalista e estupenda dançarina. Não seriam esses atributos suficientes? 

Talvez não, se você for muito ciumento e tiver prioridades superficiais quanto ao que esperar de seus ídolos.
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